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“Sem informação e educação continuaremos sendo o país que mais mata pessoas LGBTI+ no mundo”, afirma diretora da TODXS

D L • mai. 18, 2022

A ONG TODXS promove iniciativas de formação de lideranças, pesquisa, conscientização e segurança para a comunidade LBGTQI+ em todo o Brasil. Conversamos com a Jully Neves, atual diretora de Impacto da TODXS Brasil, sobre a atuação da ONG junto a defesa das pessoas LGBTI+ em todas as regiões do país

No dia 17 de maio foi celebrado o Dia Internacional Contra a LGBTfobia. A data passou a ser o símbolo dessa causa em 2005, e foi escolhida por ter sido o dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu retirar a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, quinze anos antes. 


Desde então esse é um dia que tem como objetivo coordenar eventos internacionais que aumentem a conscientização sobre violência, discriminação e repressão de comunidades LGBTQI+ em todo o mundo, o que, por sua vez, oferece uma oportunidade de agir e dialogar com a mídia, legisladores, opinião pública e sociedade civil em geral. 


A comunidade LBTQI+ ainda vive num cenário em que atitudes preconceituosas a pessoas LGBTI+ estão profundamente arraigadas globalmente, expondo lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e intersex (LGBTI+) de todas as idades a violações dos direitos humanos. 


No Brasil os dados são alarmantes, o país continua sendo a nação onde mais LGBTIs são assassinados, com uma morte a cada 29 horas. Em 2021, trezentos LGBTI+ sofreram morte violenta, 8% a mais do que no ano anterior, com 276 homicídios (92%) e 24 suicídios (8%). Tal situação posiciona o país como um lugar culturalmente perigoso para essa população. 


A região Nordeste conta com o maior número de mortes violentas, com 35% dos casos, seguida do Sudeste, com 33%. Na análise por estado, São Paulo é o estado onde ocorreu o maior número de mortes, 14% delas, seguido pela Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.


As informações são do Relatório de Mortes Violentas de LGBT+ no Brasil (2021), que tem a função de Observatório e a coleta dos dados têm como fontes primárias as notícias publicadas nos meios de comunicação do Brasil e são analisadas pelo Grupo Gay da Bahia, há mais de quarenta anos seguidos.


Em relação à criminalização da LGBTfobia, vários projetos estão em tramitação no Congresso Nacional, mas diante da demora da casa legislativa em editar uma lei que criminaliza atos de discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, o Supremo Tribunal Federal (STF), em junho de 2019, por maioria da Corte, incluiu a conduta na Lei de Racismo (7716/89) e que já previa crimes de discriminação ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e procedência nacional”. Desde então, a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passou a ser considerada um crime em todo o território nacional.


Inclusão X Exclusão


De acordo com o relatório temático sobre pessoas trans e de gênero diverso e seus direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e sua Relatoria Especial sobre Direitos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (REDESCA), ambos órgãos da Organização dos Estados Americanos (OEA), as pessoas LGBTI+, as pessoas trans e de gênero diverso são aquelas que se encontram expostas aos maiores níveis de vulnerabilidade e costumam ser vítimas de maiores níveis de exclusão, estigma e preconceito social, o que as impede de ter acesso a direitos básicos e ao desenvolvimento de seu potencial em situação de igualdade.


Visando a inclusão de pessoas LGBTI+ na sociedade com iniciativas de formação de lideranças, pesquisa, conscientização e segurança, a organização sem fins lucrativos, TODXS, tem feito um trabalho com vários projetos que trazem programas de formação, eventos para compartilhar experiências, acesso a legislação relacionada com a causa LGBTI+, aceleradora de negócios sociais, consultoria especializada em Diversidade e Inclusão, acolhimento psicológico, entre outros. 

Conversamos com a Jully Neves, mulher negra, lésbica, neuroatípica e nordestina, que atualmente é diretora de Impacto da TODXS Brasil. Ela falou um pouco da atuação da ONG junto a defesa das pessoas LGBTI+ em todas as regiões do país e na parceria com empresas e instituições promovendo diversidade e inclusão.


IN – Como surgiu o TODXS? Qual o foco de atuação da ONG?


JN – Em 2016, em Fortaleza, Ceará, um casal foi convidado a se retirar de um bar. O motivo era porque o casal estava de mãos dadas e, por isso, incomodando o “ambiente familiar”. O casal foi expulso do local por ser gay e este foi o real motivo da expulsão. A partir dessa história, Willian Mallmann e outros amigos e amigas fundaram a TODXS, uma startup social sem fins lucrativos.


IN – Quem pode procurar o auxílio do TODXS e em que situações?


JN – Empresas que buscam desenvolver políticas e projetos voltados para diversidade e inclusão, pessoas que desejam ser voluntárias na causa LGBTI+ (aceitamos pessoas que não seja LBGTI+ para ser voluntárias), pessoas LGBTI+ que desejam formação e desenvolvimento para si e para seus projetos.


IN – Quais projetos são realizados pela ONG?


JN – Temos cinco principais. 


TODXS Pesquisa – que coleta dados a nível nacional sobre comunidade LGBTI+ com o objetivo de entender, por exemplo, o real tamanho da comunidade, seu nível educacional e índices de empregabilidade. Dados que poderão ser usados para formular novas e mais efetivas políticas públicas para o Brasil.

TODXS Embaixadorxs: capacitação de jovens líderes LGBTI+ de todo o Brasil. São oferecidas oficinas e treinamentos online nas áreas de comunicação, liderança e empreendedorismo. O programa tem como objetivo final empoderar jovens para torná-los agentes da mudança no país.

TODXS Impacto: incubação de projetos sociais focada em tirar ideias do papel e viabilizar impactos em larga escala nas comunidades onde a TODXS ainda não consegue alcançar. O TODXS Impacto tem duração de 6 meses e também oferece financiamento semente.

TODXS Conecta: conferência anual com o objetivo de inspirar e “quebrar a invisibilidade” de pessoas LGBTI+ que fazem a diferença positiva em diferentes áreas e setores no Brasil, como educação, política, arte, empreendedorismo e negócios.

TODXS Consultoria: reestruturação de cultura institucional focada em inclusão e diversidade da comunidade LGBTI+ através de serviços como recrutamento inclusivo, políticas de afirmação interna, treinamentos, palestras, aconselhamento de marketing e suporte em crises de relações públicas.


IN – Quais os principais desafios para a comunidade LGBTQI+?


JN – A falta de participação e apoio do governo em suas várias instâncias para promover políticas e leis para a população LGBTI+. Sem a participação do Estado as organizações sociais ficam muito limitadas em suas ações e projetos. Precisamos também entender que a falta de educação (a começar pela escola) e o acesso a renda é uma das bases para diminuir a lgbtfobia da qual nós sofremos.


IN – Vocês enxergam avanços? Mesmo com a realidade atual em relação a LGBTIFobia?


JN – Em 2019, o Supremo Tribunal Federal determina que discriminação contra pessoas LGBT é crime. Em 2020, STF suspende restrições para doação de sangue por homossexuais. Em 2020, a Lei Maria da Penha é aplicável à violência contra mulher trans. Todas essas notícias nos mostram o quanto estamos avançando ainda a passos lentos, porém estamos cada vez mais fortes. É inegável que as ONGs, sociedade civil e outras instituições têm um papel fundamental para os avanços no combate à LGBTfobia e na garantia de direitos para com as pessoas LGBTI+. Acredito, luto e trabalho por um mundo justo, próspero e solidário para todas as pessoas e com a TODXS consigo estar mais próxima desses avanços. Os sonhos tornam-se realidade.


IN – Que iniciativas tomar para combater a LGBTIFobia? 


JN – Em primeiro lugar a educação, educação e educação. Sem informação e educação continuaremos sendo o país que mais mata pessoas LGBTI+ no mundo. Além de leis mais rigorosas e inclusivas para garantir os direitos da população LGBTI+.


IN – Vimos no site de vocês algumas metas para 2022. Algumas delas foram atingidas?



JN – Nossas metas estão caminhando para serem alcançadas. Em junho, lançaremos o TODXS Embaixadorxs e abriremos 500 vagas para formação de pessoas LGBTI+ com patrocínio da Nívea. Ente junho e julho divulgaremos as duas últimas pesquisas do bloco nacional, nas temáticas de participação política e discriminação. Até o final do ano novas metas serão alcançadas!


Publicado em: https://impactanordeste.com.br/sem-informacao-e-educacao-continuaremos-sendo-o-pais-que-mais-mata-pessoas-lgbti-no-mundo-afirma-diretora-do-todxs/ 

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Na tarde desta quarta-feira (18), a empresária do ramo de gastronomia atuante nos Estados Unidos, a seridoense Clija Chait, foi convidada a participar de um encontro com produtores potiguares na Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN). Na oportunidade, os empresários da Aqua Coco, Cachaça Samanaú, Gin Pimenta Rosa, Coco e Cia, Primícia e Cimsal, apresentaram seus produtos e conversaram com Clija Chait sobre as possibilidades de futuros negócios.  Ao final do encontro, Clija foi recebida pelo presidente da Fiern, Amaro Sales, e por parte da diretoria da entidade. Na conversa falaram sobre as peculiaridades e diferenças das áreas de negócios do Brasil e dos Estados Unidos e sobre os investimentos da empresária no Rio Grande do Norte.
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Amado pelos brasileiros, o café faz parte da rotina de muita gente. Versátil, ele combina com muitos momentos, seja para acordar logo pela manhã, depois do almoço ou até para dar aquele gás no meio da tarde. O apreço pela bebida é tanto, que o café tem até data especial para celebrar sua importância. No dia 14 de abril, comemora-se o Dia Mundial do Café, e a dica do McDonald’s para celebrar é: garantir no app da marca o cupom que oferece um café de 200ml e um pão de queijo por apenas R$ 7,90. Para aproveitar, basta entrar no aplicativo, selecionar o cupom e optar pelo restaurante participante deseja resgatar. O McDonald’s sabe da importância que essa bebida tem para seus consumidores e preza pela alta qualidade de todos os seus produtos, por isso, faz questão de utilizar 100% de grãos do tipo arábica, considerado o mais nobre da categoria. Além disso, todo o café da rede tem origem nacional e conta, desde 2015, com a certificação da Rainforest Alliance, que exige que produtores e fazendas parceiras sigam normas de boas práticas agrícolas, ambientais e sociais, prezando pelo meio-ambiente e pelo bem-estar dos trabalhadores. Seja no McCafé, que conta com várias opções como americano, latte e cappuccino ou em suas unidades, que oferecem café coado em todos os horários do dia, o consumidor encontra uma bebida saborosa e preparada com todo o cuidado que esse queridinho dos brasileiros merece. Para conferir as unidades da rede que oferecem a bebida acesse https://www.mcdonalds.com.br/cafe-premium Sobre a Arcos Dorados A Arcos Dorados é a maior franquia independente do McDonald’s do mundo e a maior rede de serviço rápido de alimentação da América Latina e Caribe. A companhia conta com direitos exclusivos de possuir, operar e conceder franquias locais de restaurantes McDonald’s em 20 países e territórios dessas regiões. Atualmente, a rede possui mais de 2.250 restaurantes, entre unidades próprias e de seus subfranqueados, que juntos empregam mais de 90.000 funcionários (dados de 31/12/2021). A empresa também mantém um sólido compromisso com o desenvolvimento das comunidades nas quais está presente e com a geração de primeiro emprego formal para jovens, além de utilizar sua escala para impactar de maneira positiva o meio-ambiente. A Arcos Dorados está listada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE: ARCO). Para saber mais sobre a Companhia por favor visite o nosso site: www.arcosdorados.com
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